Cahors
- Details
- Categoria: denominando
Se você acha que o Malbec nasceu na Argentina, está mais do que na hora de conhecer Cahors, na França!
A uva Malbec foi descoberta na região de Cahors, por um húngaro chamado Malbek (ou Malbeck). E, segundo essa lenda, o nome da cepa teria sido adaptado, posteriormente, para Malbec.
No Vale do Rio Lot, a aproximadamente 200 km de distância de Bordeaux, Cahors é a capital do departamento de Lot, que fica na região francesa chamada de Midi-Pirineus. E como se pronuncia Cahors? Pense em “ca-ore”.
A denominação Cahors, oficializada em 1971, compreende somente vinhos tintos. Brancos e Rosés produzidos na região são rotulados como Vin de Pays. Se quiser ler mais sobre Vin de Pays, clique aqui.
O vinho denominado Cahors, produzido à base de Malbec, ficou conhecido como o “vinho negro”, tamanha era a concentração da sua cor, oriunda de um processo em que parte do suco fermentado era fervido. Dizia-se, inclusive, que se fosse possível enxergar seus dedos através da taça de vinho, não era Cahors.
Mesmo baseado em algumas das uvas mais tânicas, Malbec e Tannat, atualmente esse é um vinho de taninos mais aveludados, em função das técnicas de vinificação empregadas. Esse vinho reveste o palato de forma harmoniosa, mesmo com alguns produtores tentando reproduzir os vinhos do passado, utilizando o aquecimento em seus processos.
A legislação atual determina que Cahors seja produzido com pelo menos 70% de Malbec, podendo ser cortado com, no máximo, 30% de Merlot e Tannat.
Cahors tem um incrível frescor e uma marcante vivacidade. Os vinhos jovens continuam sendo de cor muito densa, às vezes quase negra, mas Cahors tem um excepcional potencial de envelhecimento, podendo se desenvolver por até mais de 3 décadas depois do engarrafamento.
Frutado, com aromas de groselha, cereja e ameixa seca, às vezes apresenta notas de violeta, e uma picância persistente. Alcaçuz e outras especiarias também são frequentemente associados ao aroma de Cahors. E, muito marcante, é a presença de notas de couro, nessa versão francesa do Malbec. Depois de dez ou quinze anos de guarda, aparece o aroma de trufas, quando seu perfume traz notas de cogumelos e de vegetação rasteira.
Essa apelação de origem tem uma das normas mais rígidas da França. Ainda assim, alguns enólogos da região estão, voluntariamente, trabalhando com um nível de exigência ainda maior. Seguindo esse conceito, com ainda menores rendimentos por hectare, envelhecimento mínimo de 16 meses, e prova de degustação realizada por júri especializado, esses vinhos ainda mais distintos podem ser rotulados com o termo Cahors Excellence ou Charte de Qualité (Carta de Qualidade). Tem quem garanta que ainda ouviremos falar muito nesses termos.
Para encerrar, se quiser conhecer a taça de Cahors, desenvolvida especialmente para a degustação desses vinhos, clique aqui.
Seguir @tintosetantos Tweetar